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  • Hélida Lima

O Pão que precisa ser traduzido


Farinha de trigo fortificada com ferro e ácido fólico, gordura vegetal, sal, fermentos químicos , bicarbonato de sódio, pirofosfato ácido de sódio e fosfato monocálcico, acidulante ácido fumárico, conservador propionato de cálcio e ácido sórbico: sim sim, todos estes ingredientes constam em um pão que adquiri no mercado. Até o sal dá para saber o que estou ingerindo, daí pra frente minha gente... Só sendo um engenheiro de alimentos ou algo parecido. Alguém por acaso consegue traduzir este pão?

Segundo pesquisei em sites como o da ANVISA, alguns pães industrializados, principalmente os pães de fast food como MC Donalds, entre outros, utilizam várias químicas já comprovadamente cancerígenas, são os chamados "melhoradores de farinha", mesmo que em pequenas quantidades, lá estão eles. Um grande vilão da saúde é a química que se chama Azodicarbonamida (INS 927). Este ingrediente garante a leveza do pão, e é utilizado também em produtos plátiscos com por exemplo sola para sapato.

Outra questão é que muitas informações estão somente demonstradas nas embalagens por códigos ou INS (nternational Numbering System). E o mais impossível de se acreditar: nós não temos, no momento da compra, como saber o que significa aquele número!


A ANVISA libera o uso de muitas substâncias químicas em alimentos, por exemplo:

Fosfato monocálcico, fosfato monobásico de cálcio, ortofosfato monocálcico

Fosfato dicálcico, fosfato dibásico de cálcio, ortofosfato dicálcico

Fosfato tricálcico, fosfato tribásico de cálcio, ortofosfato tricálcico

Cloridrato de L-cisteína

Azodicarbonamida

Peróxido de benzoíla

Protease (Aspergillus niger)

Lógico que muitas vezes acreditamos nas gôndolas de supermercados repletas de cores e opção, ou então fazemos olhos rasos e lá catamos algo colorido oferecido, mas ocorre que o mundo parece oferecer uma certa letargia diante da pergunta: afinal o que estamos comendo?

Além de tudo, há também um apelo conceitual e cultural que nos afasta cada vez mais da consciência em se consumir alimentos que, ao mínimo, saibamos de suas fontes e ingredientes.

A indústria de alimentos faz o seu papel, produz de um tudo para atender pessoas que não conseguem ou não querem produzir alimento em sua casa e procuram soluções práticas para saciarem a fome. As leis de rótulos são muito levianas, a exemplo da questão dos transgênicos.

Mas será que nós, brasileiros, possuidores de farta e indiscutível variedade de alimentos naturais precisamos utilizar de tais alimentos para compor a mesa do almoço?

E o que de fato seria uma solução prática para a alimentação diária?

A resposta para mim é clara: não precisamos de nos valer de tantos produtos produzidos pela indústria para nos alimentar e a questão de praticidade é uma ilusão de nossa cultura do consumo imediato.

Percebo que há um comodismo de pensamento cercando os consumidores que acabam se rendendo as promessas da tal comida industrializada.

No meu caso eu estava procurando um pão com um sabor diferente, inconscientemente (pois não ponderei em nada no momento) peguei este na gôndola do supermercado. Ele tem um formato que parece uma massa de pizza e bem...acabei pensando que seria gostoso saborear algo distinto do que já conhecia. Faltou sim o ato de olhar do que exatamente o alimento era composto. Faltou também pensar em outras possibilidades, como a ida até uma padaria mais próxima para comprar uma ciabata, um pão italiano ou mesmo uma massa de pizza pronta. Certamente há opções com “ingredientes de conhecimentos do público em geral” que são mais saudáveis para o corpo humano.

O brasileiro ainda não chegou no extremo de colocar na mesa do almoço todos os itens feitos em alta escala. Talvez um pão aqui, uma batata acolá, uma maionese ou um molho de tomate.

Mas é preciso estar atento e de fato consciente para com o ato de alimentar o nosso corpo.

Podemos nos valer dos bons exemplos de nossa cultura e deixar de lado um pouco a “plastificação” de costumes provindos lugares extremamente industrializados.

Um não, com consciência, vale muito mais que um sim apático!

E aí vai um convite:

Vamos fazer pão em casa? E por que não? No Sítio sempre empolgamos, e o pão de queijo sai rapidinho...

  • Link: Para saber mais indico o livro: Em Defesa Da Comida. Autor: Michael Pollan.

 

Recomendações de Michael Pollan para uma alimentação saudável:

  1. Não coma nada que sua avô não reconhecesse como comida.

  2. Evite comidas contendo ingredientes cujos nomes você não possa pronunciar.

  3. Não coma nada que não possa um dia apodrecer.

  4. Evite produtos alimentícios que aleguem vantagens para sua saúde.

  5. Dispense os corredores centrais dos supermercados e prefira comprar nas prateleiras periféricas.

  6. Melhor ainda: compre comida em outros lugares, como feiras livres ou mercadinhos hortifrutis.

  7. Pague mais, coma menos.

  8. Coma uma variedade maior de alimentos.

  9. Prefira produtos provenientes de animais que pastam. (vegetarianos descartem esta dica)

  10. Cozinhe e, se puder, plante alguns itens de seu cardápio.

  11. Prepare suas refeições e como apenas à mesa.

  12. Coma com ponderação, acompanhado, quando possível, e sempre com prazer.

Fazendo pão de queijo (sem ovo) no Sítio

{Foto: fazendo pão de queijo (sem ovos) lá no Sítio. Este aqui sabemos bem seus ingredientes!}

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